domingo, 3 de abril de 2011

O terno e perioso rosto do amor

O terno e perigoso      
rosto do amor
me apareceu numa noite
depois de um dia muito comprido
Talvez fosse um arqueiro
com seu arco
ou ainda um músico
com sua harpa
Não me lembro mais
Nada mais sei
Tudo que sei
é que eu sei que ele me feriu
talvez com uma flecha
talvez com uma canção
Tudo o que eu sei
é que me feriu
feriu aqui no coração
e para sempre
Ardente muito ardente
Ferida do amor
(Jacques Prévert.)
                                                                                     

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